Residência Artística
A residência artística “Que Monstra Sou Eu?”, sob a condução de Felícia de Castro, Lais Machado e Larissa Lacerda, deseja mergulhar na pergunta-chave da curadoria da 16ª edição do IC Encontro de Artes. A atividade convida performers, artistas do corpo e das artes cênicas a explorarem, através de estudos e exercícios cênicos, as múltiplas camadas de identidades, subjetividades e corporeidades que desafiam as normatividades socioculturais por meio de uma ética monstra.
Audre Lorde diz que precisamos ser capazes de superar o medo de encarar nossas distorções diante das normatividades vigentes para que possamos nos autodefinir e subverter as variadas facetas das opressões a que somos submetides. Através de noções que entendem a monstruosidade como uma reivindicação de autonomia e emancipação, queremos acionar a motricidade de nossas existências marginalizadas nesse encontro que propõe que nós sejamos monstres que se levantam e falam, como convoca Paul B. Preciado.
A residência convoca artistas que desejem coletivamente politizar a ferida, dançar e criar a partir dos desvios, vulnerabilidades e do espanto, entre os cacos de uma vidraça estilhaçada, como provoca Jota Mombaça. Qual o poder da sua monstra? Onde ela encontra força vital?
A finalização da residência culminará num compartilhamento público coletivo, o “DeMonster Day”, dentro da programação do festival, em formato, data e horário a serem combinados.
METODOLOGIA
A residência será estruturada entre estudos teóricos e práticos, por meio de leituras coletivas, compartilhamento de referências, discussões críticas e oficinas de criação cênica. Através da noção de prática como pesquisa, a ideia é buscar modos de materializar essas reflexões em um espaço seguro e afetivo para experimentação artística.
PÚBLICO
Performers, artistas do corpo e das artes cênicas maiores de 18 anos e com experiência.
SERVIÇO
Datas: 15, 16, 17, 19 e 20 de agosto (quinta a sábado + segunda e terça)
Horário: 9h às 13h
Local: Casa Arte Dá Trabalho (Rua Feira de Santana, 22 – Rio Vermelho) – acesse no Google Maps
Carga horária: 20h
DeMonster Day: Casa Arte Dá Trabalho e arredores (dentro da programação do festival)
INSCRIÇÕES
Até 31 de julho
Formulário disponível aqui
São oito vagas disponíveis
A lista de seleção será divulgada em 8 de agosto
SOBRE FELÍCIA DE CASTRO
Artista do corpo e das imagens. Atriz e Palhaça. Nasceu em Salvador, Bahia, e suas avós vêm do Recôncavo Baiano e da Costa do Cacau. É graduada, mestra e doutoranda em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua, dirige, escreve e orienta artistas em processos criativos autorais, numa fronteira fértil com os processos de transformação pessoal. Desenvolve conteúdos diversos relacionando arte, tecnologias ancestrais, ativismo feminista e antirracista, comicidade, brasilidades e performance. Criou e atua nas obras “Rosário” e “Tudo Que Você Precisa É Amor”. Saiba mais em www.feliciadecastro.com.
SOBRE LAIS MACHADO
Artista, atriz, crítica teatral e produtore, é natural de Salvador, Bahia, onde vive e trabalha. Com graduação em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolve projetos autorais nas artes cênicas, performance-arte, instalação, fotografia e audiovisual. Explorando os limites do corpo atlântico, investiga o transe e fluxo como meio de produção de presenças. Teve trabalhos exibidos na 35ª Bienal de São Paulo (2023), na exposição “Parábolas do Progresso” no SESC Pompeia, em São Paulo (2022), no Festival Adelante, na Alemanha (2019), e no FIAC Bahia, em Salvador (2018). Em 2017, fundou, com o artista Diego Araúja, a Plataforma ÀRÀKÁ, estabelecendo conexões com artistas experimentais negros diaspóricos e africanos. Em 2018, idealizou e coordenou o “Fórum Obìnrín – Mulheres Negras, Arte Contemporânea e América Latina”.
SOBRE LARISSA LACERDA
Artista e pesquisadora, Larissa Lacerda atua como diretora, criadora audiovisual, curadora, iluminadora, atriz e cantora e é integrante da Dimenti. Tem como característica fundamental sua percepção e atuação múltipla no campo das artes. Doutoranda e mestra em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (PPGAC/UFBA), bacharel em Direção Teatral e licenciada em Letras Vernáculas (UFBA), pesquisa performatividade, memória e subjetividade como motrizes de processos de criação. Com seu solo “…nenhuma carta” (2106-18), circulou por festivais como FILTE-BA, o FITUB-SC e FESTAC-BA. Atualmente, está interessada em pensar lesbianidades nas artes do corpo e da cena, desenvolvendo o projeto “L de Liberdade: espaços de lesbianidades”, que culminará em um solo e em um documentário.
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LISTA DE PARTICIPANTES
– Carolina Lanmi
– Jojo Souza Santos
– Luíza Senna
– Maria Clara Medeiros
– Mariana Freire
– Mirela França
– Rebecca Braga
– Verônica Raquel Mucúna
– Vivian Schmitz