CONFABULAÇÕES
Cia Buffa de Teatro (BA)

Com dramaturgia e encenação de Joice Aglae, a montagem elege a bufonaria como linguagem para tratar sobre violências e imposições sofridas por mulheres. Quatro bufonas, representadas por Diana Ramos, Leila Kissia, Luíza Senna e Milena Pitombo, usam diferentes formas do riso, da alegoria e do grotesco para discutir a questão. “Ninguém melhor que a Bufona, uma máscara que tem a potência de revelar, que fala o que é sério de maneira risível, brinca com o poder e relativiza as estruturas sociais, para falar sobre as violências sofridas por nós, inclusive aquelas já naturalizadas”, explica a diretora, que fundou a companhia em 1998 para trabalhar com máscaras, entre estas, a técnica de Bufão.
A dramaturgia passa pela denúncia de violências cotidianas e se desdobra em visões de mitos de um patriarcado que reforça estereótipos femininos, de como as histórias de Pandora, Lilith, Medeia, Maria ou Eva, entre outras, influenciam a ideia que foi criada do feminino, no senso comum. A figura da bufona se conecta, segundo a encenadora, com a deusa grega Baubo, cujas características são o excesso, o grotesco e a obscenidade. O mito de Baubo, assim como a hindu Kali, traz os contrapontos para reforçar a fortaleza feminina, sua liberdade e poder de transformação, transdução e transmutação.
Ficha técnica
Encenação, dramaturgia e preparação de atrizes: Joice Aglae
Elenco: Diana Ramos, Leila Kissia, Luíza Senna e Milena Pitombo
Maquiagem, adereços, musicalidade: Andréa Rabelo, Diana Ramos, Joice Aglae e Leila Kissia
Figurino: Andréa Rabelo, Diana Ramos, Joice Aglae, Leila Kissia, Luíza Senna, Milena Pitombo, Simone de Araújo e Fernando Lopes
Modelagem: Maria Guida e Lucinha Lopes
Costureiras: Simone de Araújo, Joice Aglae, Maria Guida e Lucinha Lopes
Produção executiva: Cia Buffa de Teatro
Iluminação: Katiuska Azambuja e Tacira Coelho
Operação de luz: Letícia Mello
Fotos: Vanessa Aragão